Herança cultural, a nossa literatura, uma grandeza inestimável que não se pode elitizar, mas permitir que todo brasileiro tenha acesso significativo aos poemas e contos, aos romances, às novelas. Cada produção artística representa o contexto histórico de cada época. os fatos da História perpassa ante os olhos do leitor quando ele embarca na leitura de um romance, conto, poema. Pelos olhos e pelas palavras do autor, o leitor sente, vive e revive aventuras de personagens. Título: Romantismo no Brasil. Escritores e obras a Segunda Geração: Alvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Fagundes Varela e Junqueira Freira. Conteúdo: Texto - Meus oito anos. Conceito, Contexto Histórico, Características, Autores e Obras. Objetivos: Compreender o conceito, o contexto histórico, as características da Segunda Geração do Romantismo no Brasil. Interpretar textos românticos. Identificar os autores e suas obras. Com os recursos da Internet como textos, imagens, atividades prontas e a parceria dos professores da sala comum, fica mais fácil adaptar as tarefas. Bons estudos, queridos alunos.
Meus
oito anos
Romantismo do Brasil Segunda Geração
A segunda geração
do Romantismo brasileiro é denominada ultrarromântica ou
byroniana. Fortemente influenciada por autores europeus como Goethe e Byron, os
escritores desse grupo produziram obras com certo tom pessimista e depressivo.
O exagero sentimental, o macabro e
o delírio são marcas presentes nos livros ultrarromânticos.
Contexto histórico
O contexto histórico do
Romantismo é o período entre os séculos XVIII e XIX que
compõe o processo de ascensão da burguesia como classe dominante
na sociedade. Em específico, uma parcela significativa da juventude do
século XIX encantou-se com a literatura ultrarromântica.
Isso ocorreu porque houve
uma consonância de sentimentos e
perspectivas de vida entre esses jovens e as personagens retratadas nos
romances e novelas românticos. O exagero sentimental,
o egocentrismo, a idealização da mulher, o pessimismo diante
da existência e a vontade de fugir são
marcas tanto da ficção do período quanto da própria vida dessa parcela da
sociedade.
De fato, por exemplo, após
a publicação da narrativa “Os sofrimentos do jovem Werther”, de Goethe,
muitos jovens suicidaram-se, imitando o destino final do
protagonista do livro. Esse fato histórico representa muito bem como os autores
da geração byroniana conseguiram representar o espírito de uma
parcela da juventude do período.
Características
Algumas das principais características da
segunda geração romântica são:
- Egocentrismo: Nas obras
ultrarromânticas, é notável um claro enfoque no sujeito em detrimento do mundo.
Em muitas obras, inclusive, o espaço externo ao “eu” é apenas cenário para
a existência da personagem. Em geral, questões de ordem social – tensões
do mundo lá fora – não costumam ser abordadas pelos escritores dessa
geração.
- Sentimentalismo exagerado: A idealização amorosa e
a projeção de uma mulher perfeita são comuns
nas obras da segunda geração romântica. O amor e a amada são
quase sempre utopias inatingíveis e, por isso, as
personagens e os sujeitos líricos sofrem demasiadamente.
- Forte tom
depressivo: A depressão – ou “mal do século”,
como era chamada – era claramente perceptível no discurso presente nas
prosas e poemas ultrarromânticos.
- Tendência a fugas da
realidade: Diante de um presente desastroso,
marcado pela solidão e pela desilusão amorosa,
as personagens e sujeitos líricos da segunda geração romântica
apresentavam discursos em que exaltavam o desejo de fugir da
realidade. Essa fuga mostrava-se de diversas formas, como mediante
o desejo de morrer, por meio da exaltação da boemia desregrada,
ou ainda fugindo para a infância.
- Gosto pelo delírio e
pelo macabro: A tematização do grotesco,
do macabro e de situações de delírio são
comuns em narrativas ultrarromânticas.
- Ironia
romântica: Trata-se de um conceito utilizado para definir
um certo comportamento comum entre os autores da segunda geração
romântica. Tal comportamento resume-se em apresentar um alto grau de criticidade em
relação às próprias produções ultrarromânticas.
Principais
Autores
Alguns
escritores brasileiros que se destacaram nesse fase:
Manuel Antônio Álvares de
Azevedo (1831-1852)
Álvares
de Azevedo foi escritor contista, dramaturgo, poeta e ensaísta brasileiro.
Destacam-se as obras publicadas postumamente: Três Liras (1853) e Noite na
Taverna (1855).
Casimiro de Abreu foi poeta brasileiro, autor
do célebre poema "Meus Oito Anos" (1857). Ademais, podemos destacar
as obras: As Primaveras (1859), Saudades (1856) e Suspiros (1856).
Luís Nicolau Fagundes Varella (1841-1875)
Poeta brasileiro e patrono na Academia
Brasileira de Letras, Fagundes Varela foi um importante escritor da literatura
romântica brasileira. Mesmo sendo considerado byroniano já apresentava em sua
obra, características da terceira geração romântica. De sua obra podemos citar:
Vozes da América (1864), Noturnas (1860).
Luís José Junqueira Freire (1832-1855)
Junqueira Freire foi um monge, sacerdote e poeta
brasileiro. Com uma obra, muitas vezes considerada conservadora, abordou temas
como: horror, desejo reprimido, sentimento de pecado, revolta, remorso e
obsessão de morte. Podemos citar: Inspirações do Claustro (1855).
1)
Leia o texto abaixo e
respondas as atividades a seguir.
Casimiro
de Abreu
Oh!
que saudades que tenho
Da
aurora da minha vida,
Da
minha infância querida
Que
os anos não trazem mais!
Que
amor, que sonhos, que flores,
Naquelas
tardes fagueiras
À
sombra das bananeiras,
Debaixo
dos laranjais!
Como são belos os dias
De
despontar da existência!
–
Respira a alma inocência
Como
perfumes a flor;
O
mar é – lago sereno,
O
céu – um manto azulado,
O
mundo – um sonho dourado,
A
vida – um hino d’amor!
Que
auroras, que sol, que vida,
Que
noites de melodia
Naquela
doce alegria,
Naquele
ingênuo folgar!
O
céu bordado d´estrelas,
A
terra de aromas cheia,
As
ondas beijando a areia
E
a lua beijando o mar!
Oh!
dias de minha infância!
Oh!
meu céu de primavera!
Que
doce a vida não era
Nessa
risonha manhã!
Em
vez das mágoas de agora,
Eu
tinha nessas delícias
De
minha mãe as carícias
E
beijos de minha irmã!
Livre filho das
montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberto o
peito,
– Pés descalços,
braços nus –
Correndo pelas
campinas
À roda das cachoeiras,
Atrás das asas
ligeiras
Das
borboletas azuis!
Naqueles
tempos ditosos
Ia
colher as pitangas,
Trepava
a tirar as mangas,
Brincava
à beira do mar;
Rezava
às Ave-Marias,
Achava
o céu sempre lindo,
Adormecia
sorrindo
E
despertava a cantar!
[…]
Oh!
que saudades que tenho
Da
aurora da minha vida,
Da
minha infância querida
Que
os anos não trazem mais!
–
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas
tardes fagueiras
À
sombra das bananeiras,
Debaixo
dos laranjais!
01. O poema de Casimiro de Abreu reflete sobre a
infância, vista no texto de maneira idealizada. De acordo com o eu-lírico:
A)
A infância sempre parecerá aos olhos do indivíduo como pura e perfeita, porém
logo percebe-se de que tudo é idealização.
B)
Apenas a infância vivida no campo, no meio da natureza, pode ser considerada
feliz e completa.
C)
As saudades que sentimos da infância revelam nosso grau de contentamento com
essa fase da vida.
D)
O modo como vivemos na infância influenciará na maneira como iremos vivenciar
nossa vida adulta.
E)
O presente revela-se triste e repleto de desilusões, contrastando com um
passado feliz, cheio de realizações.
02. A valorização da natureza é um traço marcante
do Romantismo Brasileiro. Destaque do poema versos em que a natureza passa a
refletir o estado de espírito do eu-lírico.
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03. As características do Romantismo encontradas
no poema de Casimiro de Abreu são:
A) A abordagem de
temas ligados a questões sociais e a reflexão sobre problemas existenciais.
B) A opção pela visão
idealizada da vida e o culto à natureza.
C) A preocupação
social do eu-lírico e a visão idealizada do passado.
D) A prevalência do
lirismo amoroso e a preocupação com a temática nacionalista.
E) O pessimismo
exacerbado diante da vida e a idealização amorosa.
04. O poeta utiliza-se dessa visão idealizada do
passado como forma de escapismo, fugindo assim do momento presente, visto de
maneira pessimista. Que versos do poema revelam esse presente pessimismo?
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05. Nos versos “Oh ! que saudades que eu tenho /
Da aurora da minha vida, / Da minha infância querida / Que os anos não trazem
mais !”, o eu-lírico expressa:
A) A alegria com a
certeza de que esse passado feliz terá consequências no presente.
B) A angústia diante
de um passado inegavelmente idealizado.
C) O saudosismo
sentido, confirmando que esse passado não irá refletir-se no presente.
D) O sofrimento diante
da oposição de um passado feliz e um futuro duvidoso.
E) A tristeza com a
certeza de que apenas foi feliz no passado.
06. Prosopopeia, ou personificação, é uma figura
de linguagem em que são atribuídas ações ou qualidades de seres animados a
seres inanimados, ou características humanas a seres não humanos. Considerando a
definição apresentada, os versos do poema “Meus oito anos”, de Casimiro de
Abreu, em que podem ser encontrados a referida figura de linguagem é:
A) “As ondas beijando a areia,
E a lua beijando o mar!”
B) “Eu ia bem satisfeito,
Da
camisa aberto o peito
- pés descalços, braços nus –
C) “Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar mangas,
Brincava à beira do mar.”
D) “Oh!
Dias da minha infância!
Oh! Meu céu de primavera!”
E)
"O mar – é lago sereno,
O
céu – um manto azulado,
O mundo – um sonho dourado,
A vida – um hino d’amor.”
2) Marque as gravuras que
relembre alguns dos versos da poesia:
( )
( )
( )
( )
( )
( )
3)
Você sente saudade de
sua infância? Por quê?
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4)
Marque as características da segunda geração do Romantismo.
a) Profundo subjetivismo
b) busca da perfeição estética
c) Sentimentalismo exacerbado
d) Pessimismo e melancolia
e) Racionalismo, nacionalismo e
cientificismo.
f) Egocentrismo e individualismo
g) Imitação dos modelos clássicos (greco-romano)
h) Fuga da realidade
i) Escapismo
j) Humanismo renascentista
l) Saudosismo Fixar os olhares nas cores
Bons estudos!
Fixar os olhares nas cores
Descobrir a leveza das formas
Sentir o aroma doce nos ares
Como canções doces e delicadas
Que invadem os ouvidos e as almas.
Prof.ª MSc. Maria Nazaré Ribon Silva
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